Uma definição

"O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho." (Orson Welles)

terça-feira, 18 de março de 2014

O Silêncio: um filme de Ingmar Bergman

O Silêncio, dirigido pelo diretor suíço Ingmar Bergman, faz parte da Trilogia do Silêncio que se completa com Através do Espelho e Inverno. O mestre suíço é conhecido por sua abordagem psicológica das personagens e por tocar em questões existenciais e metafísicas. Em O Silêncio não é diferente.
Rodado em 1963, o filme conta a história de duas irmãs - Esther e Ana - que, aparentemente, mantêm uma relação incestuosa. Esther é tradutora e bebe constantemente para superar as dores insuportáveis de uma doença crônica que a devora por dentro, bem como superar o ciúme e a dificuldade de relacionamento com a irmã que frequenta cabarés em busca de experiências sexuais que lhe dão a impressão de soberania em relação ao sexo oposto. Entre essa relação tensa, encontra-se o filho de Anna que estabelece com a mãe uma relação de inteira dependência e, no gesto representado na imagem acima, enquanto esfrega as costas da mãe, o pequeno parece desejá-la. Ao inclinar a cabeça sobre as costas da mãe, mantendo os olhos fechados e o semblante que projeta um desejo pueril, Bergman aponta para uma relação que busca uma intimidade que é supostamente realizada quando pede, completamente nua, à criança que tire a bermuda e se deite ao seu lado. O filme foi realizado na década de 60, época em que um turbilhão de revoltas - sobretudo na França - sacolejavam o mundo. Bergman traduz as aspirações, desejos e sonhos de uma geração num filme que rompe o silêncio e impõe uma palavra transgressora num contexto de reviravoltas políticas, econômicas e culturais. Segue o link:
https://www.youtube.com/watch?v=djq-9yUBMFA&feature=share

Nenhum comentário:

Postar um comentário