Uma definição

"O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho." (Orson Welles)

quinta-feira, 16 de maio de 2013

A indiscutível eternidade de Laranja Mecânica

Laranja Mecânica (A Clockwork Orange) assume um lugar de destaque dentro da obra de Stanley Kubrick. Lançado em 1971, o filme ainda arrebanha e hipnotiza plateias de diferentes idades. Desse modo, entra para aquele seleto grupo de obras de arte que extrapola seu próprio tempo e recebe o obscuro título de obra atemporal. Baseado no livro de Anthony Burguess - que recentemente recebeu uma nova edição - o filme narra a história de Alex (Malcolm McDowell) e sua gangue que aterroriza a população da cidade de Londres.
Alex é um jovem de classe média que se coloca à frente de um grupo de delinquentes a fim de praticar uma série de atrocidades que vão do roubo ao estupro. Preso, Alex é submetido a um tratamento psicológico chamado Ludovico (o tratamento tem bases no behaviorismo) que se encontra em fase de testes. Após várias sessões, a cobaia deixa a penitenciária com profunda ojeriza ao crime e à barbárie. O tratamento tem como objetivo condicionar o paciente a rejeitar todo comportamento considerado anormal, violento.
De volta à casa dos pais, Alex encontra outro jovem ocupando seu quarto e a rejeição da família. Em seguida, é torturado pelos amigos de gangue que agora são policiais e a vida social, condicionada pelas cenas de violência extrema vistas durante a aplicação do Ludovico, passa a ser um tormento perene.
O filme faz uma crítica elucidativa ao controle social exercido pelo Estado sobre os corpos e ao método Ludovico que, à época, começara a ser usado pela CIA. Quando da seu lançamento, Laranja Mecânica foi proibido em diversos países, inclusive o Brasil onde foi liberado pela Censura em 1978. A película ainda atrai milhares de cinéfilos e lota as salas de cinema onde é (re)exibido. Sem dúvida, um marco na filmografia de Stanley Kubrick. É isso.